Por Iara Regina Cunha Soares Ursine
De acordo com o Global Burden of Disease Study, a dor lombar está em primeiro lugar como a condição de saúde que mais contribui para os anos perdidos por incapacidade no Brasil e no mundo. A dificuldade de solução desse problema se deve a características multifatoriais da lombalgia, que pedem medidas de intervenção que considerem o indivíduo de forma holística e não apenas em seu aspecto físico.
Com ajuda do profissional de saúde, o paciente precisa primeiramente compreender a história do seu próprio corpo, seu contexto, o prognóstico e o tratamento para cada tipo de dor lombar. Ela é considerada crônica, quando persiste por mais de 3 meses ou quando é recorrente, com mais de dois episódios nos últimos 12 meses. A tríade diagnóstica classifica a lombalgia em dor lombar idiopática (não específica), dor lombar radicular (causada por compressão da raiz nervosa) e patologia séria (causada por tumor, infecção, doença articular inflamatória ou fratura).
A dor lombar não específica é a mais comum, sendo responsável por mais de 90% dos casos. De acordo com os estudos, o diagnóstico é clínico e não existe correlação entre sintoma e intensidade da dor e achados radiológicos. Ficou demostrado que ela pode estar relacionada a fatores de riscos individuais, ambientais e de estilo de vida, como susceptibilidade genética, obesidade, tabagismo, sofrimento emocional (estresse, ansiedade, depressão), sedentarismo, atividade física vigorosa, qualidade do sono, insatisfação no trabalho, atividade ocupacional envolvendo sobrecarga física, postura inadequada e longos períodos de pé (ortostatismo) ou sentado.
Deste modo, para solucionar de maneira eficaz a dor lombar é necessário uma postura de enfrentamento diante do problema com a ajuda do profissional de saúde. Esta postura deve envolver a compreensão do contexto em que o corpo do indivíduo está inserido, do curso clínico da dor, da probabilidade de recuperação e ou de períodos de recidiva, bem como o entendimento da dor para eliminar crenças e mitos, diminuir limitações de atividades, considerando a interação corpo, mente e estilo de vida, evitar repouso e se manter ativo, eliminar os fatores de riscos envolvidos e retornar gradualmente às atividades normais.
Estudos recentes constataram que o engajamento em atividade física de lazer reduz o risco de futuros episódios de dor lombar. Portanto, a solução existe!
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Fonte:
Oliveira VC. Dor lombar idiopática. In: Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva; Mendonça LM, Vezzani S, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Esportiva e Traumato-Ortopédica: Ciclo 3. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2014. p. 61-105. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância, v. 3).
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